ATA DA SEPTUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 11-9-2008.

 


Aos onze dias do mês de setembro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel e Luiz Braz e pela Vereadora Margarete Moraes. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Maria Celeste, Maria Luiza, Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Professor Garcia. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 032/08, do Deputado Estadual Francisco Appio, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; 086, 087 e 178/08, do Senhor Valdemir Colla, Superintendente Regional de Porto Alegre da Caixa Econômica Federal – CEF –; 2024/08, do Senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de Desenvolvimento Urbano de Porto Alegre da CEF; s/nº, do Senhor Leopoldo Jorge Alves Júnior, Diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Qüinquagésima Segunda e Qüinquagésima Quarta Sessões Ordinárias e a Ata Declaratória da Qüinquagésima Terceira Sessão Ordinária. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador João Antonio Dib, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do centésimo vigésimo aniversário do Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre – GPA –, nos termos do Requerimento nº 023/08 (Processo nº 2242/08), de autoria do Vereador João Antonio Dib. Compuseram a Mesa: o Vereador Carlos Todeschini, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o Senhor Ricardo Diefenthaeler, Presidente do GPA. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib parabenizou o Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre pelos seus cento e vinte anos de atividade, historiando a fundação e o crescimento dessa agremiação e ressaltando que esse é o clube de remo mais antigo do Brasil. Além disso, mencionou os patronos e os atletas de destaque do GPA e enalteceu a permanência, ao longo do tempo, dos ideais que nortearam a criação desse Clube. O Vereador João Bosco Vaz, em tempo cedido pelo Vereador Carlos Todeschini, destacou a importância do Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre para o desenvolvimento dos esportes na Cidade e no Estado, com a preocupação de cuidar não só do esporte competitivo, mas também da formação de novos atletas. Ainda, lembrou o crescimento na inclusão de jovens na prática esportiva, pela Lei de Incentivo ao Esporte, criada durante sua gestão como Secretária Municipal de Esportes, Recreação e Lazer. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Ricardo Diefenthaeler, que agradeceu a homenagem ora prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell, em tempo cedido pelo Vereador Carlos Comassetto, protestou contra a forma como a Companhia Carris Porto-Alegrense e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência são geridos pelo Governo Municipal. Também, reiterou suas críticas a cooperativas que prestam serviços a órgãos públicos municipais e não garantem os direitos dos seus associados, asseverando que tais entidades devem ser efetivamente fiscalizadas e punidas. O Vereador Luiz Braz, em tempo cedido pelo Vereador Claudio Sebenelo, comentando o exposto pelo Vereador Adeli Sell em Comunicações, relativamente às cooperativas que prestam serviços à Prefeitura Municipal, defendeu que essas entidades sejam excluídas de licitações públicas, em função de irregularidades cometidas. Ainda, destacou que cooperativas têm vantagens tributárias em relação a outras empresas, considerando que isso desequilibra as concorrências públicas. O Vereador Beto Moesch, referindo-se aos efeitos do ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul no dia de ontem, discorreu acerca das mudanças climáticas constatadas nos últimos anos no Estado, em especial do aumento do número de incidentes semelhantes a este. Nesse contexto, refutou reclamações em relação ao mau funcionamento de semáforos e à queda de árvores em Porto Alegre, salientando que o fenômeno meteorológico ocorrido ontem foi extraordinariamente forte. Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Beto Moesch, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, no mês de agosto do corrente, em painel sobre a regulamentação do artigo 23 da Constituição Federal, no Município de Goiânia – GO. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães, em tempo cedido pelo Vereador Dr. Goulart, pronunciou-se acerca das erosões causadas por ocasião de precipitações pluviométricas de grande intensidade em Porto Alegre, propondo a elaboração de projeto municipal que previna o aumento desse processo. Sobre o tema, destacou que terrenos e construções têm sido prejudicados por desmoronamentos de barrancos, propondo a construção de arrimos nas margens de arroios da Cidade. O Vereador Dr. Raul destacou o transcurso dos cento e vinte anos do Clube de Regatas Guaíba-Porto Alegre. Ainda, manifestou-se relativamente às alterações climáticas por que vendo passando o mundo nos últimos anos, ressaltando a necessidade de modernização do Código Municipal do Meio Ambiente. Finalizando, defendeu as obras públicas da gestão do Prefeito José Fogaça e discorreu acerca de melhorias que precisam ser implementadas na área da saúde pública na Cidade. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Antonio Dib parabenizou o Governo do Prefeito José Fogaça pela conclusão das obras do Conduto Forçado Álvaro Chaves e priorização do Distrito Industrial da Restinga, iniciadas no Governo do Prefeito Guilherme Socias Villela. Também, enfatizou a preocupação com o Programa Sócio Ambiental na Cidade, com medidas para melhorias no Mercado Público Municipal e no sistema de transporte público. O Vereador Carlos Todeschini, em tempo cedido pelo Vereador João Bosco Vaz, replicou informações divulgadas nos programas eleitorais, acerca das dividas que teriam sido deixadas pelas gestões do PT à frente da Prefeitura Municipal. Nesse sentido, classificou como incompetente o Governo do Prefeito José Fogaça, alegando que faltam projetos para melhorias efetivas na Cidade, e, finalizando, debateu casos de corrupção investigados pela Polícia Federal no âmbito estadual. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha contraditou as explicações dadas pelo Vereador Carlos Todeschini, sobre as dívidas municipais e a capacidade administrativa do atual Executivo de Porto Alegre, opinando que o Partido dos Trabalhadores governou o Município por dezesseis anos sem resolver o assunto. Ainda, mencionou a relevância do projeto do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense de construir complexo esportivo na Zona Norte da Cidade. A Vereadora Margarete Moraes discorreu sobre denúncias recebidas por Sua Excelência, de assédio moral e perseguição política contra funcionários da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Também, abordou problemas decorrentes do atraso nas obras de ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia e enfocou os projetos iniciados pelo PT durante o período em que esteve à frente da Cidade, sustentando que o atual Governo não divulga a verdade acerca da autoria dessas iniciativas. O Vereador Claudio Sebenelo replicou contestações à atuação do Governo Municipal efetuadas no presente momento pré-eleitoral por Vereadores deste Legislativo, enfatizando resultados positivos alcançados pelo Prefeito José Fogaça em pesquisas de opinião pública desenvolvidas junto à população de Porto Alegre. Ainda, manifestou-se acerca da participação de membros do Partido dos Trabalhadores em casos de corrupção envolvendo empresários e integrantes do Governo Federal. O Vereador Haroldo de Souza comentou críticas ao Prefeito José Fogaça hoje formuladas pelo Vereador Carlos Todeschini, no período de Grande Expediente, asseverando que a presença de elementos envolvidos com corrupção é um problema enfrentado por todos os Partidos Políticos. Também, propugnou pela apuração de irregularidades que ocorram em áreas da administração pública, com a responsabilização e punição dos comprovadamente culpados por uso irregular de verbas públicas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Aldacir Oliboni, salientando que todos os Vereadores foram eleitos pela população e merecem a devida consideração pelas opiniões que expressam e pelo trabalho que desenvolvem, atentou para o teor agressivo que, segundo Sua Excelência, é observado em alguns discursos de Parlamentares durante as Sessões deste Legislativo. Finalizando, citou dados atinentes a verbas federais recebidas pelos Governos Estadual e Municipal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Bosco Vaz analisou pronunciamentos de Vereadores neste período que antecede as eleições municipais do próximo mês, frisando que os debates devem ocorrer de forma responsável e coerente com a realidade política e econômica de Porto Alegre. Também, defendeu a atuação do Prefeito José Fogaça, traçando comparativo com o trabalho realizado pelo Partido dos Trabalhadores quando à frente do Governo Municipal. O Vereador João Antonio Dib abordou a gestão do Prefeito José Fogaça, principalmente decisões sobre o funcionalismo público seguidas por esse político, afirmando que os municipários sofreram prejuízos no período em que o Partido dos Trabalhadores se encontrava na direção do Governo Municipal. Além disso, contestou dados apresentados hoje pelo Vereador Aldacir Oliboni, em Comunicação de Líder, quanto a verbas federais repassadas a programas de saúde implantados no Município. Às dezesseis horas e vinte e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Todeschini, Aldacir Oliboni e João Antonio Dib, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Requeiro a V. Exª a antecipação do período de Comunicações, para que possa ser homenageado o Clube de Regatas Guaíba, pelos seus 120 anos.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita a inversão da Pauta, antecipando o período de Comunicações para o primeiro momento desta Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Neste momento damos início ao período de Comunicações, em homenagem aos 120 anos da fundação do Clube de Regatas Guaíba, uma proposição do Ver. João Antonio Dib. Convidamos para compor a Mesa o Sr. Ricardo Diefenthaeler, Presidente do Clube de Regatas Guaíba/Porto Alegre, GPA.

O Ver. João Antonio Dib, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver. Carlos Todeschini, na presidência dos trabalhos; caríssimo Dr. Ricardo Diefenthaeler, Presidente do Clube de Regatas Guaíba/Porto Alegre, que completa 120 anos; saúdo o Dr. Henrique Licht e todos aqueles que amam os esportes náuticos.

Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, são 120 anos - será que é muito tempo ou é pouco tempo? Cento e vinte anos como idade de uma pessoa realmente é muito tempo - e muito raro -, mas cada vez que cresce o número de anos de um clube, ele se torna mais forte, cresce a juventude do clube, é diferente das pessoas. O clube, com o tempo, torna-se mais forte, mais querido e mais útil à sociedade.

Eu pensei no que dizer hoje, nos 120 anos, e resolvi consultar o site do GPA e fazer uma leitura para que isto fique gravado nos anais da Casa, na história da nossa Cidade: o dia em que a Casa do Povo comemorou os 120 anos do GPA. Retirei o seguinte do site (Lê.): “Raríssimas instituições têm uma existência de mais de cem anos. Número menor ainda atinge essa marca fiel à sua missão e aos seus princípios. O GPA orgulha-se de atingir 120 anos dedicando-se ao remo e a outros esportes com o mesmo entusiasmo dos tempos da sua fundação.

“Eram ainda tempos do Império, a escravidão fora abolida há apenas alguns meses, e Porto Alegre tinha somente cinqüenta mil habitantes. Nesses dias, em 21 de novembro de 1888, um grupo de jovens de origem germânica fez nascer uma estrela precursora, fundando o Ruder-Club Porto Alegre. Liderados por Alberto Bins, os jovens unem-se para praticar o remo nos moldes do que era então praticado por seus patrícios na Alemanha. A fundação do Clube constituiu um importante marco desportivo na Capital do Estado. Foi, pode-se dizer, a primeira agremiação verdadeiramente destinada à prática desportiva, uma vez que as já existentes ‘sociedades de ginástica’ eram voltadas à cultura física sem, no entanto, fins competitivos. A primeira sede foi um chalé de madeira, perto da atual Praça da Alfândega, e os primeiros dois barcos foram trazidos da Alemanha.

“Quatro anos após o surgimento do Porto Alegre, nasceria a segunda agremiação náutica da Cidade, o Ruder-Verein Germânia, igualmente de origem alemã. Em 1936, já com os nomes ‘nacionalizados’ em função da 1ª Guerra Mundial (Club de Regatas Porto Alegre e Club de Regatas Guahyba), os dois Clubes fundem-se, resultando no Clube de Regatas Guaíba/Porto Alegre, o GPA. Manteve-se como data de fundação a do Ruder-Club Porto Alegre, sendo, por isso, o GPA o Clube de remo mais antigo do Brasil.

“Nos dias de hoje, o GPA está cada vez mais próximo ao ideal de seus fundadores, proporcionando remo de qualidade para todos. Apesar de ser o mais antigo Clube de remo do Brasil, o GPA não se deixou levar pelo tradicionalismo e sabiamente abriu espaço para um esporte que tanto tem em comum com o remo, ou seja, a canoagem. No âmbito do remo, o Clube atualizou práticas quanto ao treinamento, à técnica e à formação de atletas, bem como passou a contar com barcos modernos, condição sine qua non para alcançar as vitórias.”

Agora, sobre os patronos. “A palavra patrono deriva do latim ‘patronu’ e tem mantido sempre o mesmo significado, mesmo em outros idiomas. A figura do patrono vem sendo utilizada desde os tempos romanos para destacar alguém de maneira especial, face às suas características de liderança, dedicação, prudência e tutelador de alguma instituição, sociedade ou corporação.

“A constituição do patrono foi idealizada na Roma Antiga, mas desenvolveu-se, sobretudo, na Inglaterra medieval, pois reis, cidades, burgos, facções políticas e cruzados sempre escolhiam um patrono que os liderasse para a defesa e proteção. A Igreja Católica também, desde a Idade Média, passou a distinguir pessoas e instituições com seu respectivo patrono. Daí foi um passo para que as sociedades civis, militares e leigas começassem a escolher patronos. Essa designação sempre recaía em pessoas que tivessem prestado grandes e meritórios serviços para a instituição ou para a profissão.

“Os clubes esportivos não iriam fugir desse costume de distinguir um de seus dirigentes ou sócios que tivesse, no passado, auxiliado de forma inestimável e que, no presente e no futuro, servisse como conselheiro, inspirador de ações e apoiador em situações especiais. O GPA, como instituição mais do que centenária, também não deixou de designar seus patronos. Não há no estatuto do Clube nenhuma previsão sobre a forma de escolha do patrono. Porém, sempre a escolha foi votada e decidida pelo Conselho Deliberativo, pois a nomeação é perpétua”.

O primeiro patrono-fundador foi Alberto Bins; o segundo, Edgar Lanzer, que tem vários de seus familiares dando continuidade ao seu trabalho; o terceiro, J. C. Wallau Filho; o quarto, o inesquecível Professor Mário Rigatto, o qual esta Câmara muitas vezes homenageou, e atualmente o patrono é Henrique Schulz.

Os grandes atletas foram: o grande singlista, patriarca da família Schulz, Heinz Schulz; Henrique Kranen, o GPA nas Olimpíadas; Diebold/Zancani, uma dupla de remadores, conhecida por todo o Brasil, por todo o mundo, eles participaram das Olimpíadas de Londres; e Douglas Steyer, o melhor dos últimos anos.

Sobre a sede atual, e eu conheci a sede antiga: “Da mesma forma que os demais clubes de remo de Porto Alegre, o GPA, que então se situava na Av. Voluntários da Pátria” - como o Vasco da Gama, do qual sou sócio - “número 2092, ficou sem acesso às águas do Guaíba em razão da construção do Cais Navegantes. A solução foi a instalação em um novo local, a uns 1.500 metros rio acima, no Cais Marcílio Dias, que também se encontrava em construção. O GPA, por ser o mais antigo Clube, ficou com o primeiro lote de terrenos, tendo os demais clubes se instalado nos terrenos seguintes.

“No dia 11 de janeiro de 1957 foi lançada a pedra fundamental da ‘nova’ (e atual) sede do GPA. A solenidade histórica teve a participação do então Presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira; de Ministros de Governo; do Prefeito de Porto Alegre, Sr. Leonel de Moura Brizola; do Diretor-Geral do DNOS, do Rio Grande do Sul, Telmo Thompson Flores, entre outras autoridades.”

Lembra o Dr. Henrique Licht, presente à solenidade, que, dentre outros fatos memoráveis daquele dia, um lhe ficou gravado para sempre na memória: o Presidente Juscelino Kubitschek perguntou quem era aquele jovem e brilhante orador, e lhe responderam: “Dr. Mário Rigatto”, figura que ficou marcando a sua presença na história da Medicina do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Eu quero saudar o Presidente Ricardo Diefenthaeler, todos os associados e todos aqueles que apreciam o nosso GPA.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A Bancada do Partido dos Trabalhadores faz coro à sua manifestação.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu agradeço a participação de Vossa Excelência.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, nós gostaríamos de averbar à manifestação de V. Exª a manifestação do Partido Trabalhista Brasileiro. Obrigado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sou grato pelo aparte de Vossa Excelência. Sei que excedi o tempo, mas quero cumprimentar mais uma vez os associados do GPA e dizer que a Casa do Povo de Porto Alegre deseja ao GPA longa vida, sucesso sempre. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações, por cedência deste Vereador.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente do Clube, Ricardo; Ver. João Dib, parabéns pela iniciativa, V. Exª, que foi Prefeito desta Cidade e que ocupou todos os grandes cargos desta Prefeitura, sabe da importância do GPA para os esportes de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Um grande abraço aos amigos do Clube que aqui estão, ao Professor Licht, grande figura do esporte, e ao Matias.

Na realidade, sinto-me muito honrado em ocupar esta tribuna no tempo cedido pelo Ver. Todeschini para me juntar, Ver. João Dib, a esta homenagem justa a quem tem, ao longo dos tempos, conseguido se manter em atividade, conseguido fomentar a prática esportiva e, acima de tudo, que tem conseguido cuidar do social. Sinto-me duplamente realizado porque, como Secretário Municipal de Esportes do Governo Fogaça, criei o Proesporte, uma lei de incentivo ao esporte, que hoje financia um grande projeto social do GPA - e alguns meninos aqui estão -, com apoio da Stemac, com apoio de Máquinas Condor, com apoio de empresários que até então não investiam no esporte, porque não tinham o incentivo fiscal que oferecemos. Em março, antes de sair da Secretaria e retornar à Câmara, assinei uma autorização de 1 milhão e 30 mil reais para patrocínios de eventos, para projetos esportivos e atletas.

O GPA soube, como poucos, ocupar esse espaço; e só consegue captar investidores da grandiosidade dessas empresas que falei aqui quem tem organização, quem tem conhecimento, quem tem parceria, quem tem trabalho e quem tem história - essa história fantástica há pouco referida pelo Ver. João Dib.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, querido colega Ver. João Bosco Vaz. Quero cumprimentar o Presidente, Dr. Ricardo; cumprimento também o Ver. Todeschini, na presidência dos trabalhos; em nome dessas ilustres figuras, quero saudar os Diretores do Clube de Regatas Guaíba e demais Vereadores e Vereadoras. Parabéns meu querido Ver. João Antonio Dib por esta brilhante iniciativa. Ver. João Bosco Vaz, quando se fala da história da nossa Porto Alegre, o Clube de Regatas Guaíba não pode ficar de fora, porque representou, nesses seus 120 anos, um grande feito, uma história marcante pela sua atuação e por tudo que representou na nossa Cidade. Portanto, parabéns, Ver. João Antonio Dib, por esta iniciativa, parabéns ao Presidente e aos demais membros, sócios e à Diretoria deste grande Clube. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Obrigado, Ver. Ervino Besson.

Também me sinto honrado por ter sido convidado não para escrever um artigo para a Revista Comemorativa, mas para dar uma entrevista sobre o que representa o GPA. O GPA, agora, espraiou-se, tem belas quadras de padle, seguido vou lá acompanhar as competições. É a retomada daquele espaço, daquele convívio no restaurante, pelos companheiros do padle. Então, o GPA representa tudo de bom que o esporte de Porto Alegre merece, pelo que o esporte de Porto Alegre luta.

Eu tive a preocupação - Ver. João Dib, V. Exª é testemunha disso - de democratizar, o máximo possível, a Administração da Secretaria Municipal de Esportes, para que todos tivessem acesso, realmente, na prática, ao esporte - crianças, adolescentes, terceira idade, comunidades carentes e, também, competidores. Mas, hoje, as coisas estão mudando, Presidente Ricardo; hoje o empresário não visa mais só o lucro, ele visa também o social. Hoje os nossos clubes, como o GPA, também tomam essa direção, de não pensar apenas no esporte competitivo, mas cuidar da base na formação e na inclusão. Parabéns, mais 120 anos! Obrigado pela oportunidade de estar participando com vocês da Revista. Muito obrigado, Ver. Todeschini, pelo tempo; mais uma vez parabéns, Ver. João Antonio Dib, nosso mestre aqui na Câmara. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Sr. Ricardo Diefenthaeler, Presidente do Clube de Regatas Guaíba, está com a palavra.

 

O SR. RICARDO DIEFENTHAELER: Exmo Ver. Carlos Todeschini, que hoje preside esta Sessão; Ver. João Antonio Dib, em nome de quem saúdo os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; caros gepeanos, desportistas, senhoras e senhores, antes de mais nada peço desculpas por não poder repetir aqui as palavras do nosso ex-patrono Mário Rigatto, não tenho o mesmo brilhantismo dele, como o Vereador Dib bem ressaltou, reconhecido pelo ex-Presidente Juscelino Kubitschek, mas vou expressar toda a satisfação do GPA com esta homenagem.

De fato, Ver. Dib, o dia 21 de novembro de 1888 foi um importante marco na história do esporte de Porto Alegre com a fundação do Ruder-Club Porto Alegre, como o senhor bem ressaltou. É importante, senhores e senhoras, ressaltar, no tempo, a fundação do Ruder-Club de Porto Alegre; vejam que ainda a República não havia sido proclamada, estávamos no Império, vivíamos ainda tempo de escravidão, e, em termos esportivos, nem o futebol, nem tampouco outros esportes ainda haviam chegado por aqui. Então, numa dimensão do tempo, de 120 anos atrás, é difícil, muitas vezes, até para nós visualizarmos o que era a Porto Alegre, naquela época com cinqüenta mil habitantes. Mas, ao longo de sua história, o GPA levou o brilho da estrela que está em seu escudo a diversos quadrantes. Conquistou campeonatos estaduais, brasileiros, sul-americanos, esteve nos Jogos Olímpicos de Berlim e Londres. Mas, mais importante do que as vitórias, oportunizou a várias gerações de porto-alegrenses a prática daquele que foi classificado pelo Barão de Coubertin como o “mais belo dos esportes”, o remo. Esporte que, por conjugar força e preparo físico com técnica e sincronia de movimentos, se constitui numa das melhores modalidades esportivas para desenvolver o bem-estar físico geral; esporte que proporciona um saudável contato com a água, com a natureza e que pode ser praticado por atletas de todas as idades.

O vínculo do GPA com a Cidade, que hoje lhe homenageia através desta Casa, é muitíssimo forte. Como Porto Alegre, nascemos junto ao Guaíba; como Porto Alegre, nosso crescimento acompanhou o rio; como Porto Alegre, nós nos orgulhamos por proporcionar saúde e bem-estar às pessoas que aqui vivem. Trazemos Porto Alegre em nosso nome e em nossa alma. Nosso fundador e primeiro patrono, Alberto Bins, foi um dos maiores Prefeitos que a Cidade teve, administrando-a por nove anos. Outros gepeanos ilustres, pela importância que tiveram aqui, seja no âmbito desportivo ou por realizações em outras áreas, dão nome a ruas e logradouros da Cidade. Aqui cito os memoráveis Romeu Nicola Paliosa, Mário Rigatto, Augusto Meyer, Carlos Maria Bins, Oswaldo Rolla, Frederico Mentz, Ismael Chaves Barcellos, Cristiano Kraemer, Germano Petersen Júnior, Antônio Carlos Berta, Egon Renner, Ernesto Neugebauer, Rodolfo Ahrons, João Wallig e Luiz Englert.

É assim, Srs. Vereadores, cheio de orgulho, que o Clube de Regatas Guaíba/Porto Alegre, GPA, recebe esta homenagem da sua Cidade. Somos hoje um pequeno Clube de alma grande. Pequeno em estrutura e grande em realizações. Os gepeanos que aqui comparecem não são apenas testemunhas, mas agentes desse processo; nós nos lançamos com garra e determinação num processo de crescimento e qualificação que nos levou aos mais altos degraus do podium brasileiro e sul-americano. No plano regional, disputamos, remada a remada, com o nosso co-irmão Grêmio Náutico União, a hegemonia do remo gaúcho, fazendo esse esporte retornar aos seus grandes dias. Nosso projeto social “Estrela Guia” tem levado o remo, esporte caro e “para poucos”, a dezenas de jovens da Vila Farrapos, e nossos veteranos, alguns dos quais aqui presentes, já passados dos 70 e até 80 anos, continuam singrando o Guaíba e dando um exemplo de vitalidade, saúde e amor ao esporte.

O GPA, que completa 120 anos, tem um olho no passado e outro no futuro. É uma Instituição que cultua as experiências já vividas, para ter sempre presente a razão de sua existência, e mira o amanhã para ser capaz de bem desempenhar sua missão nos novos tempos que virão. Foi assim - e continua sendo - que o Clube atravessou os anos. Anos de pioneirismo, de crescimento e de conquistas, mas também de dificuldades, carências e desafios.

Surgido pelo remo e para o remo, o GPA mantém seu foco na prática desse esporte pela mais ampla gama possível de pessoas de todos as classes sociais, jovens e veteranos, atletas de alto rendimento e praticantes eventuais. O Clube se mantém, assim, fiel à visão de que, tão importante quanto à formação de campeões, é a compreensão do esporte como fonte de saúde, lazer e cidadania. “Um Clube de portas abertas”, nas palavras do saudoso patrono Mário Rigatto.

Ver. João Antonio Dib, que compartilha com o GPA a distinção de ser “o mais antigo” entre seus Pares, em nome do GPA, muito obrigado pela iniciativa da homenagem. Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, a homenagem que esta Casa nos presta é, para nós, um grande incentivo no sentido de caminharmos para mais e mais décadas de realizações. Antigos pela história, jovens pela força e disposição!

Não poderia deixar de fazer mais um agradecimento a esta Casa e um convite aos seus membros. O agradecimento é pela Lei do Proesporte, aqui citada pelo Ver. João Bosco Vaz, programa importantíssimo de apoio ao esporte amador. E o convite é para assistirem ao 5º Troféu Brasil de Remo Máster, que se realizará no Parque Náutico, nos dias 22 e 23 de novembro, em comemoração ao 120º aniversário do GPA. Obrigado, Câmara de Vereadores; obrigado, cidade de Porto Alegre! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Agradecemos a presença dos senhores e damos por encerrada esta homenagem, mais uma vez trazendo à memória as importantes realizações e conquistas que este Clube trouxe para a cidade de Porto Alegre.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h43min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini – às 14h44min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Comassetto.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Carlos Todeschini, na presidência dos trabalhos, colegas Vereadores e Vereadoras. Ora, senhores e senhoras, vamos para as provas factuais: eis a cara da CARRIS! (Mostra a foto.) A nossa empresa de ônibus pública, a CARRIS! Esses são os ônibus que estão sendo demolidos porque não se têm as peças adequadas para reposição, então se faz este tipo de procedimento numa empresa pública. Estão destruindo a CARRIS, e nós continuaremos a lutar por uma CARRIS pública, sob controle público, para que sirva a 23% da população de Porto Alegre, porque esse é o peso da CARRIS no transporte coletivo. Não vão destruir a CARRIS, Ver. João Dib, enquanto a Bancada de oposição tiver voz. E vai ter voz, continuará tendo voz aqui neste plenário.

Nós queremos saber também o que está acontecendo com o SAMU. Eu montei um dossiê, a partir de um conjunto de denúncias que recebo todos os dias, que está indo para o MP, está indo para o Tribunal de Contas do Estado, e eu quero saber o que diz o Governo sobre a situação do SAMU, sobre a situação dos postos de saúde! Não respondem a absolutamente nada, como também não respondem sobre a falta de medicamentos. Faltam medicamentos, até Paracetamol para dor de cabeça, quem dirá medicamentos de uso continuado! Quero saber o que está acontecendo!

Vejo com muita alegria, no Correio do Povo de hoje, um desembargador, Ver. Brasinha, que está botando o dedo na ferida das tais cooperativas gato: “coopertrampo”! Pois o que estão fazendo no Mercado Público... Onde está a Frente Parlamentar em defesa do bom cooperativismo? Ver. Ervino Besson, eu quero uma reunião da Frente Parlamentar para discutir e defender as boas cooperativas e para botar na cadeia os donos de cooperativas safadas, piratas, trambiqueiras, como aquela do Mercado Público! Porque agora foram lá, junto aos funcionários, enfezá-los contra mim! Vou dizer: eu defendo os funcionários! Uma senhora disse que trabalhava 12 horas por dia! Mas eles disseram que eu é que estou esculhambando com a cooperativa! Não, eu estou defendendo o associado da cooperativa, o cooperativado!

Aqui na Câmara também vamos discutir; a Câmara passou um aumento para a cooperativa aqui da Câmara, e os cooperados não receberam um centavo de diferença, e a Câmara pagou! Eu pedi uma reunião da Mesa. Aqui está o Desembargador botando o dedo na ferida. Eu vou falar com o OCERGS, porque sou um cooperativista, o meu primeiro emprego formal foi numa cooperativa lá em Cuiaporã, Verª Margarete Moraes, nós que somos da grande Iraí. Era uma cooperativa de trabalhadores, uma cooperativa agrícola. Mas agora fazem essas “coopertrampos”... “Coopertrampos”, sim, porque têm dono! Eu descobri que aquela tal de Algert, imagina, é uma cooperativa que contrata gente para fazer limpeza para nutricionista e enfermeira! Isso não existe, Ver. João Bosco Vaz, isso não existe!

 

O Sr. João Bosco Vaz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para contribuir, já conversei isto com V. Exª: se um dia eu tivesse o poder de definir quem pode participar de licitação de órgãos públicos, eu proibiria as cooperativas de participar, porque elas não cumprem o edital, não pagam os funcionários, e o senhor sabe o que acaba acontecendo.

 

O SR. ADELI SELL: E os cooperados aqui da Câmara estão sofrendo assédio moral! Uma menina que foi à Assembléia e reclamou, no outro dia não tinha trabalho aqui na Câmara! Agora, estão correndo atrás das meninas e dos meninos que trabalham aqui para saber quem está falando com quem! Pois não vão fazer isso, não! Não vão fazer, nós vamos chamar o Delegado de Polícia! Porque assédio moral é caso de Polícia!

E eu quero dizer: essas “coopertrampos” não vão mais adiante, não, porque nós vamos botar os donos dessas cooperativas na cadeia, porque não são cooperativas, são donos! Nós sabemos, inclusive, que essa tal de Algert tem uma empresa, o dono real tem empresa, botou um “laranja”! Nós estamos vendo o que a Polícia Federal está fazendo neste Estado e neste País! E a nós, Vereadores, cabe também a fiscalização! E não adianta vir... Porque, já quando eu denunciei a Meta, eles vieram fazer proposta indecorosa para mim. Eu não me dobro, eu não me dobro! Cadeia para quem faz trambicagem e rouba os trabalhadores honestos, decentes, que trabalham. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Claudio Sebenelo.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, o problema das cooperativas trazido aqui pelo Ver. Adeli Sell não é um problema recente, já há muito tempo as cooperativas aqui em Porto Alegre que atuam na área de prestação de serviços acabam cometendo algumas irregularidades. Ver. Adeli, não é a primeira cooperativa que se caracteriza por ter donos. Infelizmente, essas cooperativas de serviços, principalmente, são compostas por um determinado grupo, que vai enriquecendo, e a grande maioria das pessoas, que são os associados das cooperativas, aqueles que são prestadores de serviços, continua numa miséria total. Aquilo que deveria haver nas cooperativas, que é a divisão de rendimentos depois, lá no final do ano, jamais acontece. O que a gente vai vendo - e as cooperativas do passado, que prestavam serviços, agiam da mesma forma - é que essas cooperativas, na verdade, sempre serviram para enriquecer um pequeno grupo. Acho que o Ver. João Bosco Vaz está correto quando emite a sua opinião dizendo que as cooperativas não deveriam participar das licitações aqui no nosso Município. Acho que isso seria um acerto por parte das Administrações Municipais. As cooperativas, na verdade, Ver. João Bosco Vaz, agem de uma forma que elas não merecem, na verdade, essa proteção que a legislação lhes dá. Acabam afastando, muitas vezes, empresas que têm condições de prestar um melhor serviço para a nossa Cidade.

 

O Sr. João Bosco Vaz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Na realidade, quando as cooperativas participam da licitação, elas têm de apresentar uma garantia bancária de que têm sustância bancária para pagar os funcionários. Como a Prefeitura atrasa o pagamento, ela não paga os funcionários e alega que foi a Prefeitura que não pagou. Mas, no edital, está escrito que ela tem que pagar com essa garantia bancária, e não fazem isso.

 

O SR. LUIZ BRAZ: E veja que ela leva uma vantagem muito grande quando concorre com uma empresa normal, porque, como ela não precisa pagar os direitos sociais, com toda certeza, pode dar preços bem menores para entrar nas concorrências. Eu também acredito que as cooperativas, neste momento, deveriam ser vedadas através de uma legislação. Nós, Vereadores, poderíamos fazer aqui essa legislação, ou o próprio Executivo poderia mandar para cá uma legislação, Ver. João Dib, no sentido de haver mais justiça nessa concorrência que é feita através das licitações, porque as cooperativas, com toda certeza, principalmente nessa área de serviço, levam uma vantagem imensa. E seria muito bom que essa vantagem fosse repassada para todos aqueles que trabalham nas cooperativas, mas isso não acontece, as pessoas que trabalham nas cooperativas ficam apenas com aquela pequena retirada no final do mês. Os donos das cooperativas, não; esses enriquecem, porque, afinal de contas, tudo aquilo que é a mais contribui para enriquecer os donos das cooperativas.

Então acredito que essa deva ser uma lição, quem sabe, para a futura Câmara de Vereadores. Nós estamos agora, praticamente, em fim de mandato, já estamos no mês de setembro, acredito que seja muito difícil fazermos uma legislação capaz de atender a todas as necessidades da Cidade com relação a essa área da licitação, a essa competição que existe entre as empresas e as cooperativas. Mas acredito que nós devamos nos debruçar sobre essa legislação, para tentar, de alguma forma, fazer com que haja uma competição mais igual com relação a essa prestação de serviços no Município de Porto Alegre. E, quem sabe, já que nós estamos falando da Câmara de Vereadores, Ver. Adeli Sell, comecemos por aqui, fazendo a vedação, porque aqui nós podemos fazer, para que a execução de serviços possa se dar através de empresas mais idôneas.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero aproveitar este tempo de Comunicações - nem seria esta pauta, mas não há como não tratarmos dela - para falar que estamos diante de mais um tornado, de mais um ciclone. Isso não ocorria; no Estado do Rio Grande do Sul, o primeiro ciclone na história foi o chamado Catarina. Este ano nós enfrentamos seis ciclones e um tornado, que causou devastação na Região Sul do Brasil, incluindo a nossa Região Metropolitana. Uma coisa é um vendaval, outra é um ciclone. Quando os ventos começam a atingir cem quilômetros por hora por mais de vinte minutos, cientifica e tecnicamente, isso é considerado ciclone. Pior, o que ocorreu ontem à tarde e à noite em Triunfo, em São Sebastião do Caí, em Tabaí, aqui ao lado - poderia ter ocorrido aqui também -, foi um tornado. Isso é muito sério, Ver. João Antonio Dib, porque nós continuamos saindo para trabalhar, indo às escolas, indo às compras e, se estivéssemos em outro país, não poderíamos sair de casa. Caminhões foram arrastados na estrada, na BR, caminhões viraram com o tornado ontem à tarde.

Em maio, quando o ciclone atingiu Porto Alegre, foram mais de 20 horas ininterruptas com ventos de mais de cem quilômetros e chuvas torrenciais! E pessoas... Alguns Vereadores vieram aqui reclamar que as sinaleiras estavam estragadas! Mas é óbvio que as sinaleiras estavam estragadas! Reclamaram, porque não podiam transitar na Cidade. Mas é claro! Nós vamos fazer compras e passear pela Cidade no meio de um ciclone, no meio de um tornado? Será que as pessoas não se dão conta de que estamos em novos tempos, de que a mudança climática está aí? Que há alterações graves, já comprovadas por 95% da Ciência? Alguns cientistas, na minha opinião, teimosos, ainda não aceitam que nós estamos diante de graves e cada vez mais cíclicas alterações climáticas, sem falar na perda de biodiversidade e assim por diante.

Então, nós temos que ter mais responsabilidades quando fatos como esses ocorrem. Mais de cinqüenta pessoas tiveram que buscar os hospitais em virtude desse tornado de ontem. E é comum em países como os Estados Unidos, Japão e em países da Europa pessoas morrerem em virtude de acontecimentos como esses - e eles estão mais preparados do que nós para esses tornados e para esses ciclones. O que não dá para aceitar são pessoas culpando a Prefeitura pelo fato de nós termos, diante de ciclones, sinaleiras queimadas, árvores derrubadas e assim por diante. Mas iria acontecer o quê no meio de um ciclone e no meio de um tornado? Onde é que está a solidariedade num momento desses? Onde está a responsabilidade? Onde está a seriedade? E o uso desta tribuna com responsabilidade?

Por isso chamo atenção, Sr. Presidente, ao que está acontecendo neste momento em Porto Alegre! Nós estamos diante de fenômenos que estão cada vez mais corriqueiros, e eles poderiam até acontecer em menor proporção, em ciclos muito mais longos, mas já enfrentamos o sexto apenas no ano de 2008. Por isso a importância das árvores, porque elas protegem e barram os ventos, elas absorvem a água da chuva. Uma árvore absorve 60% da água que cai nela. Por isso as áreas livres e vegetadas instituídas nos terrenos, porque, senão, nós vamos ter que fazer o segundo, o terceiro, o quarto, o quinto Conduto Forçado Álvaro Chaves. E não temos recursos, e não temos mais condições e necessidade de enfrentar conflitos, na minha opinião, desnecessários, se passarmos a planejar melhor esta Cidade; algo que, há muito, nesse caso de preocupação ambiental, custa a acontecer. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. BETO MOESCH: Quero aproveitar, Sr. Presidente, para fazer um breve relato da nossa viagem, em agosto, a Goiânia, onde se realizou mais um encontro dos órgãos ambientais municipais, são encontros anuais. Foi uma honra para nós, eu fui convidado como Vereador, como ex-Secretário Municipal do Meio Ambiente, como ex-dirigente dessa entidade, fomos a esse encontro participar do painel sobre a regulamentação do art. 23 da Constituição Federal - aliás, Ver. Dr. Raul, tema do qual V. Exª fez parte aqui na PUC, no seminário que realizamos em final de março. Sim, os Municípios são os que mais estão trabalhando nesse sentido. O art. 23 da Constituição Federal - e foi o principal tema desse encontro - diz que compete à União, aos Estados e Municípios protegerem o meio ambiente, e aí os incisos relatam de forma expressa: fauna, flora, combate à poluição, tratamento dos resíduos sólidos, planejamento urbano e assim por diante.

Todavia, o parágrafo único, Ver. Luiz Braz, que também acompanha os temas constitucionais, diz que Lei Complementar regulamentará o disposto nesse artigo. O que nós temos hoje? Vejam, a Constituição, que é de 1988, nós estamos em 2008, diz que é de competência comum, mas é claro que as competências não são iguais entre a União, os Estados e Municípios, elas precisam ser disciplinadas, regradas, por isso que durante vinte anos nós estamos numa verdadeira insegurança jurídica no que diz respeito ao papel dos três entes, no que diz respeito à responsabilidade com o meio ambiente.

Mas, Ver. João Antonio Dib, o que me impressionou nesses anos, e cada vez mais me impressiona positivamente, é que Porto Alegre - até mesmo o Estado do Rio Grande do Sul, mas principalmente Porto Alegre - está fora de um cenário de total insegurança jurídica, inclusive no que diz respeito às responsabilidades dos entes para com o meio ambiente. Dou exemplos: capitais como Florianópolis, Goiânia, que têm uma excelente política ambiental, é importante dizer. Goiânia está de parabéns. Mas até mesmo em Goiânia há casos, como em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, em que é comum - cidades menores nem se fala - o Ministério Público não aceitar as licenças ambientais municipais e buscar anulá-las em juízo. Há casos em que o Estado não aceita a licença municipal. Há casos em que a União não aceita a licença ambiental e estadual. Tivemos até um caso, aqui mesmo no Rio Grande do Sul, em que, na 1ª instância, a Justiça Federal anulou as licenças ambientais da Fepam com relação ao plantio de eucaliptos no Pampa gaúcho. Esse cenário, há três anos e meio, Ver. Luiz Braz, não ocorre em Porto Alegre. A única cidade no País que em três anos e meio não teve sequer uma licença ambiental contestada em juízo - vejam, contestada, não estou falando em anulação - foi a nossa. Por isso fomos convidados a ir a Goiânia. Isso se deve à história de Porto Alegre, que, nos anos 70, iniciou um processo de debate sério, científico sobre a importância do meio ambiente, e aí se criou a Secretaria Municipal do Meio Ambiente em 1976, aprovada por esta Casa.

Portanto, Porto Alegre historicamente se antecipa, e muito, a esse processo inevitável de os Municípios assumirem a responsabilidade para com o meio ambiente, ao menos no que diz respeito ao seu território. Daí a importância, para o Brasil todo e, portanto, para Porto Alegre, de regulamentarmos o art. 23 da Constituição Federal. Nós precisamos, Ver. Dr. Raul, nos somar a isso. Os Parlamentos municipais, as Prefeituras, os Executivos municipais devem se somar a isso. O processo está andando muito bem. Está sendo inclusive trabalhado pelo ex-Secretário Municipal do Meio Ambiente, ex-Secretário Estadual do Meio Ambiente, Secretário Executivo do Meio Ambiente, Cláudio Langone, que está, pela Abema, fazendo um trabalho; estamos finalmente prestes a regulamentar o art. 23 da Constituição Federal. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Carlos Todeschini, presidindo os trabalhos, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, trazia à tribuna o Ver. Beto Moesch esse verdadeiro desarranjo meteorológico que passa por determinadas áreas do nosso País, algo que não tínhamos num passado recente. Isso dá bem a notícia, a medida de todo um processo, de todo um modelo econômico predador, devastador, Verª Margarete Moraes, de todo o equilíbrio ambiental e ecológico. Hoje já ingressam nas preocupações do Estado os tornados, os ciclones. Isso vem fazendo com que as Administrações municipais, em especial... Porque são da competência municipal as questões que têm relação com o espaço urbano - não é assunto federal, não é assunto estadual o espaço urbano.

E nós, aqui em Porto Alegre, começamos a enfrentar um problema sobre o qual vimos chamando a atenção nas oportunidades em que temos estado junto às nossas comunidades, a respeito dos nossos arroios, Ver. João Antonio Dib, e dos nossos valões. Eles vêm sofrendo um processo significativo de erosão e de desbarrancamento, e precisa Porto Alegre, urgentemente - já falamos desse assunto da tribuna -, fazer um projeto, precisa buscar dinheiro, recursos para fazer os arrimos ao conjunto de arroios e valões existentes em Porto Alegre que estão levando território, estão levando terras, casas, habitações e inviabilizando largas áreas da cidade de Porto Alegre. Temos andado em diferentes áreas da Cidade e examinado essa série de arroios que Porto Alegre possui, arroios que estão aos poucos desbarrancando. Temos, nessa região aqui de Teresópolis, situações extremamente difíceis, complicadas. Na Zona Norte, não faz muito, eu estava ali no CTG Descendência Farrapa, e ali passa o arroio Capivara. Esse arroio já está levando pedaços do galpão, pedaços de áreas que foram construídas, canchas de bocha, enfim, apesar do esforço das comunidades e dos associados.

Portanto, em Porto Alegre, em face de todo esse processo, das alterações meteorológicas, das grandes e pesadas enxurradas, temos assistido, quase que numa constante - um, dois dias de pesadas chuvas -, a esse processo de erosão e desbarrancamento das margens dos arroios. Porto Alegre precisa urgentemente fazer um projeto, buscar recursos e começar a fazer exatamente os muros de arrimos, enfim, os calçamentos e a segurança necessários, porque isso já está causando problemas seriíssimos às comunidades de diferentes áreas habitacionais, áreas onde também se encontram construções de entidades, de clubes e de CTGs. Portanto, fica aqui a nossa manifestação, Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL: Ver. Carlos Todeschini, na presidência dos trabalhos, Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem, eu, num primeiro momento, gostaria de deixar o meu abraço ao GPA, o Clube de Regatas Guaíba/Porto Alegre, que esteve aqui há pouco tempo festejando os seus 120 anos - remo, um esporte tão nobre, que tanto bem faz à saúde de todos nós -, lembrando a figura do Dr. Mário Rigatto, a quem credito muito da minha formação na área médica.

Também gostaria de me somar aos colegas Vereadores que me antecederam no sentido da preocupação com as condições climáticas que vêm se avolumando não só em Porto Alegre, mas em nosso Estado e no mundo. Quero dizer que realmente nós precisamos, como Câmara de Vereadores, e na nossa relação com o Executivo, constituir um grupo forte, permanente, para tratar dessas questões.

E posso falar bem disso, porque já tive o desconforto de estar em Torres, há mais ou menos dois ou três anos, num momento de férias, junto ao Mampituba, onde passei por uma situação um pouco inferior ao Catarina, segundo me falaram os proprietários do local onde eu estava, mas foi assim uma situação terrível. Já havia ocorrido o tsunami, que foi uma debacle total que aconteceu no mundo, então aquilo ainda estava na cabeça das pessoas, e de repente veio aquela ventania, muito intensa, levou cadeiras, guarda-sóis a quilômetros de distância, quebrando tudo. Aqueles restaurantes ao longo do Mampituba - muitos deles - foram ao chão. O local onde eu estava foi destelhado, não havia água, não havia luz, e o proprietário na época - o estabelecimento recém tinha sido inaugurado -disse: “Não, Dr. Raul, o senhor não se preocupe, isso é um ‘minifuracãozinho’, o Catarina foi muito pior.” Dizem que no Catarina as portas de ferro voavam em Torres; quem estava lá teve essa vivência, foi uma situação terrível. Eu tive uma experiência um pouco inferior, mas a gente, quando sente a situação na carne, tem aquela sensibilidade de saber o que é estar num momento de perigo dessa natureza. Como Vereador, a gente se preocupa com o meio ambiente de uma maneira geral, e todos os dias... Ainda mais sendo da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a qual já presidi, e temos ações importantes nessa Comissão que gostaríamos de ressaltar, que estão em andamento, como a formação do Código Municipal do Meio Ambiente. É muito importante para a cidade de Porto Alegre adequar a sua legislação na formatação de um Código Municipal do Meio Ambiente, que realmente diga para o que veio e que facilite a vida do cidadão porto-alegrense.

Também realizamos uma Audiência Pública sobre um assunto que é muito importante para a Cidade: a ampliação do nosso Aeroporto Salgado Filho, acreditamos que temos avançado nesse processo. Fizemos visitas de fiscalização as mais variadas, a exemplo do nosso Conduto Forçado Álvaro Chaves, que hoje já é uma boa realidade em Porto Alegre, que todos nós acompanhamos. E estamos acompanhando permanentemente e cobrando a finalização de obras já em franco andamento, como as da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, como o Viaduto Leonel Brizola, como o próprio camelódromo no Centro, como a evolução do Distrito Industrial da Restinga.

Estamos empenhados na questão da área da Saúde nas mais diversas formas em Porto Alegre, visitando, permanentemente, instituições de saúde, tentando fazer os encaminhamentos de demandas dessas instituições, proporcionando, assim, que se consigam recursos junto aos órgãos públicos, para que possa haver mais postos de saúde 24 horas na nossa Cidade, por meio do Projeto das UPAs, Unidades de Pronto Atendimento 24 horas. Já propusemos ao Secretário de Saúde do Estado, que está vendo isso junto ao Ministério, na área principalmente do Partenon, da Av. Baltazar de Oliveira Garcia e do Hospital Parque Belém. Precisamos ampliar muito também as unidades de saúde básica, que têm que evoluir, que não fechem às 17 horas ou 18 horas, temos algumas que funcionam até às 22 horas, mas precisamos de um número muito maior para dar atenção a essas pessoas que, após as 17 horas, 18 horas, acabam superlotando as emergências dos hospitais, muitas vezes fazendo com que aqueles que mais precisam tenham maior dificuldade de atendimento.

A saúde do nosso idoso também me preocupa muito. E nessa linha temos feito algumas iniciativas que acredito que sejam de importância, tal como um projeto que facilitará a vida dos idosos, permitindo que eles marquem suas consultas - as pessoas com mais de 60 anos - por telefone, uma vez que as unidades já têm adstrito a si um número determinado de pessoas cadastradas, sabemos quem são os idosos que consultam naquelas unidades. Hoje todo mundo tem telefone, não tem por que as pessoas se deslocarem. Eu atendi, no Partenon, há uns dois meses, uma mulher de 87 anos que estava desde as 4 horas da manhã em uma fila tentando conseguir uma ficha para atendimento em uma unidade básica de saúde. Isso é uma coisa desumana, não pode acontecer, e nós não podemos nem reclamar quando alguém vai lá e cobra para conseguir uma ficha pelo SUS, o que é um verdadeiro absurdo!

Então, estamos tocando todas essas iniciativas e acreditamos que estamos na mesma linha, que é a linha de melhor qualidade de vida e de saúde para todos nós. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Encerrado o período de Comunicações.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, sou o Vereador mais antigo da Casa, servidor público municipal por vocação, formação e convicção, portanto acompanho as coisas que acontecem nesta Cidade.

E vejo, por exemplo, o Conduto Forçado Álvaro Chaves, iniciado na Administração Guilherme Socias Villela, que fez, exatamente, o trecho que dá o nome ao Conduto Álvaro Chaves. Fez toda a Rua Álvaro Chaves, ligando ao rio Guaíba. Mas o Conduto foi concluído nesta Administração. Houve alterações no projeto na Administração anterior, mas a obra mesmo foi feita toda na atual Administração.

O Distrito Industrial da Restinga foi iniciado na Administração Guilherme Socias Villela. A área ficou pronta, mas faltava energia elétrica, faltava telefone, e, quando fui Prefeito, consegui colocar essas duas coisas lá, depois disso muito pouco foi feito. Muitos cartazes, muitos outdoors foram colocados nesta Cidade na Administração Olívio Dutra e na Administração Tarso Genro chamando a atenção para o Distrito Industrial da Restinga, mas nada aconteceu, a não ser na Administração João Verle, quando começaram a aparecer algumas obras, alguns empreendimentos. E, agora, na Administração Fogaça, é que realmente toma uma intensidade maior, já há quase um pólo moveleiro na Restinga, o que é uma boa notícia, porque vai atrair mais investimentos para aquela área. Então, a Administração Fogaça está de parabéns!

Agora, olho o espelho de hoje e mais uma vez vejo que Administração Fogaça está de parabéns: são 92 milhões de reais, um pouco mais do que isso, de financiamento para a implantação do Programa Integrado Socioambiental. Esse projeto, eu diria, começou há bastante tempo, mas na Administração passada, e o Ver. Todeschini era Diretor do DMAE, foi quando mais se acentuou, mais se aprontou o projeto. Com algumas alterações, ele foi agora à concorrência pública e já está recebendo recursos na ordem de 92 milhões de reais, sendo que, desses mais de 92 milhões de reais, 1 milhão e 900 mil são destinados à aquisição de unidades habitacionais, exatamente para essas pessoas que estão em áreas que serão atingidas pelo Pisa, o Programa Integrado Socioambiental.

Ninguém duvida que o Ver. Adeli Sell, meu querido amigo, é um Vereador combativo, como foi também um Secretário muito combativo. No passado, o Ver. Adeli Sell, este Vereador, o Ver. Sebenelo, o Ver. Záchia e o Ver. Pujol fizeram uma campanha para proteger o Mercado, que estava numa situação muito difícil. Uma campanha, inclusive, convidando a população para festejar os 128 anos que completava, naquele ano, o Mercado, que estava “anêmico”, necessitando de cuidados - eu lembro que as dificuldades eram grandes. Hoje o Ver. Adeli Sell, com a mesma garra, está batalhando pelo Mercado. Mas eu vejo a Administração também tomando medidas. Tardias? Tardias. Mas tomando as medidas, e é importante que medidas sejam tomadas.

Eu lembro que, naquela oportunidade, um dos problemas que nós enfrentávamos era o valor dos aluguéis das bancas do Mercado, e o nobre Secretário da Indústria e Comércio da época, o Zeca Moraes, encontrou uma solução magnífica: aumentou os aluguéis em 88,5%. Claro que o Ver. Adeli Sell, este Vereador, os Vereadores Sebenelo, Záchia e Pujol não deixaram isso acontecer, felizmente, e o Mercado pôde continuar, com problemas, mas está lá e vai melhorar.

O Ver. Adeli Sell, agora, também está matando a CARRIS. Eu não sei se os prêmios que a CARRIS recebe são comprados; eu acho que não. Acho que os prêmios que ela recebe de empresa bem organizada, uma das melhores empresas do Brasil, não são de graça. Aliás, o transporte de Porto Alegre eu diria que é o melhor que há no Brasil, e não é fruto só desta Administração, as Administrações que a antecederam foram trazendo, foram fazendo um bom transporte. Então, eu acho que a CARRIS também vai bem. Se eventualmente há ônibus parados, nós temos que entender que às vezes há falta de peças, mas a CARRIS não comprou ônibus usado, como foi feito na Administração passada - ônibus que estavam parados, fora de uso, lá em Goiânia, foram trazidos para Porto Alegre com sérios problemas na sua manutenção.

Também falou sobre os remédios que faltam nas farmácias do Município. Não falou que há mais farmácias. Hoje é mais fácil conseguir remédios. Eu lembro quantas vezes fui àquela tribuna e ouvi o Dr. Paulo de Argolo Mendes dizer que a Prefeitura, que tinha mais recursos do SUS do que tem hoje, não tinha antidepressivos, não tinha antipsicóticos e nem anti-hipertensivos, remédios que precisavam ser tomados continuadamente. Eram muito pequenos os valores, mas a Prefeitura não dava. Por quê? Não sei. Mas, de qualquer forma, não tinham. Então, eu acho que hoje, em Porto Alegre, isso está melhorando. Eu não tenho dúvida nenhuma, está se buscando recursos, conseguindo recursos com a aprovação desta Casa, com as alterações que o Prefeito propôs, todos nós aprovamos, nós brigamos, nós discutimos, nós melhoramos, e os Projetos foram aprovados. Hoje os recursos estão entrando para que a Prefeitura possa tornar realidade aquela busca incessante de um saneamento melhor.

Temos 27% de esgoto tratado e vamos ter 77% a 80% quando concluirmos as obras do Programa Integrado Socioambiental, para o qual já estão entrando, como disse inicialmente, 92 milhões de reais. Portanto, hoje é um dia de satisfação por esta comunicação que nós lemos aqui, da Caixa Econômica Federal, através do seu Superintendente Regional, o Sr. Waldemir Colla, de que 92 milhões de reais estão entrando para obras na Prefeitura. Claro que as obras da Prefeitura vão trazer recursos para o comércio, para a indústria, vão melhorar toda a vida da Cidade, não só o saneamento da Cidade, mas a economia da Cidade também. Portanto, parabéns àqueles que tornaram possível o que hoje está acontecendo. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. João Bosco Vaz.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Oliboni, na presidência dos trabalhos; Vereadores e Vereadoras, em especial aqueles que nos assistem, porque recebem informações e terão oportunidade de fazer um cotejamento. Temos ouvido, agora em campanha - ontem, inclusive, estava em um almoço na Sociedade de Engenharia, Verª Margarete -, algo que tem se repetido em diversos ambientes e nas propagandas no rádio, na televisão, em jornais: a mentira sobre a idéia de que a Frente Popular deixou a Prefeitura endividada. Estão dizendo isso para justificar toda a incompetência - digo aqui com todas as palavras - e o abandono da Cidade por três anos e meio. Ver. João Antonio Dib, o senhor que conhece Orçamento e que conhece os números porque foi Prefeito e também é engenheiro, portanto sabe fazer cálculos: a dívida deixada da Administração Popular para atual Administração foi de 75 milhões de reais. Vejam só, foram 75 milhões de reais para uma Prefeitura que tem um orçamento de 2 bilhões e 800 milhões de reais. Se dividirmos pelo ano comercial de 360 dias, a Prefeitura arrecada 7 milhões e 700 mil reais por dia, portanto é uma dívida que, em menos de sete dias, poderia ter sido saldada, caso fosse o fundamento da paralisia e da incompetência deste atual Governo. Dez dias menos nove dias e meio ou nove dias e meio e mais algumas horas... E, durante quatro anos, não foi feito praticamente nada; a Cidade está suja, abandonada, escura, mesmo aprovada aqui nesta Câmara, por maioria, a Taxa de Iluminação Pública, que aportou mais de vinte milhões de reais por ano para os cofres da Prefeitura.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Todeschini, V. Exª sabe que até o ano passado eu era integrante da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul e sempre acompanhei a execução orçamentária. Na realidade, a Prefeitura deixou um déficit de 175 milhões de reais; e mais, pior do que isso, os 175 milhões não constituíam um problema, dou razão a V. Exª, a dívida poderia ser saldada. Mas o mais sério é que a Prefeitura perdeu o crédito internacional; isso foi o mais sério, levou quase três anos para conseguir novamente crédito. Isso ninguém pode negar. Na primeira semana de Governo Fogaça, foram pagos cinco milhões de dólares ao BID, valores que o DMAE ou outro órgão não havia pago.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu fico impressionado como essa questão do Orçamento é uma tentativa de “tapar o sol com a peneira”, porque há coisas que não precisam de orçamento, é a Prefeitura funcionar. As pessoas estão desesperadas numa região que V. Exª conhece muito bem, que é o Beco Chapéu do Sol, e nada está sendo feito, vejam que a água está invadindo as casas das pessoas. Onde estão as ações da Prefeitura? E isso não é um problema orçamentário, é um problema de gestão.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Agradeço os apartes, eles contribuem para o debate, mas eu não sei da onde o Ver. João Antonio Dib está buscando esses dados, porque, em relação à dívida alegada, ele esquece de contabilizar os créditos que a Prefeitura tinha junto à CEEE, por exemplo, que era um elemento dado também. Então, são somente contados os créditos, não são contados os débitos ou vice-versa. E vejam mais: não é verdade que atrasou a assinatura dos programas por causa do não-pagamento dos compromissos com o BID. Isso foi desmentido pela Justiça Eleitoral, inclusive em propaganda eleitoral, porque o ex-Prefeito, agora licenciado, tem usado isso. E é mentira. Inclusive está em sentença do juiz, que mandou repor a verdade no programa de televisão.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Todeschini, eu, como disse, sempre acompanhei a execução orçamentária. No dia 30 de setembro de 2004, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre tinha aplicados em CDBs mais de cem milhões. No dia 31 de dezembro, devia. E nós sabemos que, no mês de dezembro, a receita é o dobro dos outros meses. Tem que explicar para onde foi o dinheiro. E tinha muita coisa que não havia sido empenhada. Portanto, havia débito, sim, não tem dúvida nenhuma, e perdeu o crédito internacional pela primeira vez. Nem em outras situações mais difíceis que a Prefeitura enfrentou, ela perdeu o crédito internacional.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Ver. João Dib. Não é verdade que perdeu o crédito internacional, porque vários programas tiveram continuidade. E mais: foram assinados novos programas. Não é verdade, mas a base do Governo tem repetido essa mentira, que é uma infâmia. Uma infâmia inclusive condenada pela Justiça, o juiz mandou repor a verdade. Não é aceitável isto, quando se mente para enganar as pessoas e para manter o estado de caos que é a cidade de Porto Alegre. Isso é mentira! Isso é mentira, o que tem que ser dito é que não perderam o crédito internacional. O que perderam, sim, foi a oportunidade de assinar os contratos, porque erraram todos os projetos, por incompetência do atual Governo. Por incompetência, perderam a oportunidade de assinar os projetos - essa é a verdade.

 

O Sr. João Bosco Vaz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para esclarecer: em função disso, de ter deixado 200 milhões empenhados, sem ter o dinheiro para pagar, o grande amigo que eu tenho - e, reconheço, bom Prefeito -, João Verle, responde a um processo no Tribunal de Contas. Pergunto: por que ele responde a um processo se não há dívida? Ele foi apontado porque deixou 200 milhões de dívida, deixou empenhado dinheiro para pagamento, só que não tinha dinheiro empenhado. E sei que não foi culpa dele, foi o Setor de Finanças que fez isso. Como ele era o ordenador de despesa, obviamente isso caiu em cima de um sujeito de bem, honesto e competente.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Posso responder, nobre Ver. João Bosco. Obrigado, Vereador, assim eu posso esclarecer, porque é uma dúvida que está lançada. O senhor sabe que entrou a Lei de Responsabilidade Fiscal, e que não poderiam ser feitos empenhos sem o devido provimento de recurso, e a dívida, nos balancetes consolidados, está nos números que nós demos. Houve uma dificuldade de caixa; houve, sim, um déficit de 75 milhões de reais, mas era uma dívida que poderia ter sido saudada em dez dias, portanto não deveriam afirmar que a Prefeitura não fez nada durante quatro anos porque estava quebrada! Esse é um outro problema que esconde toda a falta de capacidade de gestão e toda a falta de capacidade administrativa. É bom dizer isso, porque também é alegada perda de crédito junto aos organismos internacionais, o que não é verdade. Não é verdade, porque não parou, em primeiro lugar, nenhum dos programas que estavam em andamento; em segundo lugar, foram contratados novos programas. O que houve foi apenas uma tratativa normal e ordinária que se faz com qualquer operação de crédito em andamento.

Estou aqui só para repor a verdade dos fatos, a Cidade precisa saber, porque a Cidade sofre com a sujeira, a Cidade sofre com a falta de serviços, a Cidade sofre com a escuridão, a Cidade sofre com a falta de conservação das ruas, com a falta de remédios, com a falta de atendimento nos postos de saúde, e é dada uma desculpa, é alegado que a Prefeitura foi entregue falida. É mentira! É falta de caráter dizer isso, porque isso aí nunca fugiu da relação transparente da prestação das contas e do debate, que deve ser feito na boa técnica, na boa contabilidade e na responsabilidade com a gestão pública.

E quero falar também sobre o que está sendo dito, de que as obras importantes que foram feitas são da atual gestão. Na atual gestão está sendo dada continuidade aos programas, pois nenhum Governo tem o direito de suspender ou de parar, a não ser a bem do interesse público. Portanto, as obras como o PIEC, o Pisa, o Conduto Forçado Álvaro Chaves, a 3ª Perimetral e o Programa de Modernização Administrativa são programas de Estado, contratados junto aos organismos nacionais e internacionais, e nenhum Governo não só não tem o direito como não poderia parar. Portanto, ninguém pode se atribuir o mérito de ser o responsável, de ser o “pai da criança”, porque são obras que tiveram o início das suas negociações, da apresentação dos projetos, da discussão e da consolidação dos programas há oito, dez anos. Todos os programas foram contratados junto ao BID, ao Fonplata, à Caixa Econômica Federal, ao BNDES. São de longa data e estão somente tendo andamento, o que é salutar, até porque não poderiam parar. Portanto, não devem alguns se adonar de coisas que não são de sua autoria, porque isso é cometer também uma injustiça para com a sociedade.

É por isso, Verª Margarete Moraes, por muitas distorções e por má informação que temos uma sociedade também muito fragmentada, uma sociedade que tem dificuldade em entender e comparar os fatos, porque, muitas vezes, coisas são lançadas, e aí fica difícil o discernimento. Por exemplo, uma coisa que eu ouço muito é de que nunca houve tanta corrupção no Brasil como agora. Não! Nunca houve tanto combate à corrupção como está havendo agora, porque, Ver. Alceu Brasinha, a Polícia Federal tem autoridade, tem o aval do Presidente Lula, porque os organismos agem de forma independente e profissional. Aliás, nós vimos ontem e hoje nas páginas dos jornais a abertura de um processo vultoso contra um Deputado Federal do Rio Grande do Sul que é uma liderança de destaque, ele foi responsável, inclusive, pelo fato de um Prefeito importante, de uma capital que nós conhecemos, ter mudado de Partido. E esse Deputado é acusado pelo Ministério Público Federal de ter desviado 15 bilhões de reais. Dinheiro das estradas federais, que estão todas sucateadas, todas esburacadas, ele mesmo é dono das empresas de pedágio, todas superfaturadas também; enriqueceu ele e mais uma quadrilha, que está sendo desvendada pelo Ministério Público Federal. Quinze bilhões de reais é mais do que cinco anos do total do Orçamento da Prefeitura de Porto Alegre. E ele tem Partido, mas não falam o Partido dele na grande imprensa, Verª Margarete. O grande, o prócer, o Líder do PMDB no Rio Grande do Sul - apresentando-se como um provável candidato a Governador - é chefe de um poderoso esquema de desvio de verbas públicas que está sendo apurado pela Justiça.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Alceu Brasinha.)

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: O senhor sabe de quem estamos falando; é o Líder do PMDB. Isso é que tem que ser dito, isso é que é importante, porque depois a sociedade fica massacrada, fica sem estradas, tendo que pagar pedágios, que foram acertados não se sabe onde, porque são superfaturados também, e assim a sociedade vai pagando as contas dessa elite corrupta, que quer se adonar das instituições.

Eu lembro desse Deputado, ele era o timoneiro do PMDB na campanha da eleição da nossa Governadora, e agora a gente vê que a “casa caiu” em Canoas também, porque está tudo emendado - PMDB, Lideranças, Secretários de Governo em Canoas e outros. É um dominó ou uma emendação de negócios, até porque um está no gabinete do outro, que tem a esposa nomeada como Secretária, e há recíproca, e por aí vai... As histórias que se contam e se ouvem por aí são de arrepiar.

Portanto, mais graves do que os ciclones que estão aí, do que a falta de ação do Governo, da ausência de Governo, são esses que se valem dos recursos públicos para produzir esquemas de poder, para eleger Governos, para eleger Deputados e para reproduzir uma lógica que só gera fragmentação, pobreza, miséria e desmonte do Estado público. Por isso, senhores telespectadores, abram o olho, vejam quem são os Partidos deles, busquem, pesquisem, examinem, porque o voto é a arma que se tem para fazer as escolhas adequadas. Obrigado, senhores, pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. Carlos Todeschini, por mais que eu o conheça e admire, é meu amigo, conseguiu tirar vantagem de cem milhões de reais. Então, a imprensa, todo mundo estava mentindo quando disseram que a Prefeitura devia mais de 170 milhões de reais, Ver. Carlos Todeschini? Vossa Excelência tem a cara de vir aqui dizer que eram 70 milhões de reais, Vereador? Mais ainda: vocês estiveram 5.844 dias no Governo, por que não pagaram a dívida? Se V. Exª disse que, em sete dias, se pagava a dívida, por que não pagaram? Por que deixaram essa dívida, Vereador? É difícil de acreditar nessa sua posição, nesse seu ver de longe. Se V. Exª é tão bom em matemática, pergunto: por que não pagaram então?

Vossa Excelência também foi Secretário, lembra muito bem como o Prefeito Fogaça pegou a Prefeitura. Vossa Excelência lembra muito bem: SMOV sucateada, SMAM sucateada, estava tudo sucateado, meu amigo! E, agora, ainda vem aqui dizer que o Prefeito Fogaça está mentindo... Não está mentindo, Vereador, porque todos os jornais, todas as pessoas viram quando o Prefeito Fogaça assumiu, e a Prefeitura não tinha crédito nenhum, mas V. Exª vem dizer que tinha crédito! Então, por que não pagaram a dívida? Por que não deixaram tudo certo? Por que não deixaram? É fácil, Vereador, falar dos outros; vocês estiveram no Governo durante quatro gestões, foram 5.844 dias no poder, era para estarem mais quatro anos se fossem tão bons assim! Não foi bom o Governo, porque o povo disse “não” para vocês. Não se iludiu, Vereador, porque estão trabalhando muito.

Também quero dizer - e o meu Presidente está ali - que ontem, Ver. Haroldo de Souza, me senti muito feliz indo à casa do campeão do mundo junto com o Presidente Sebastião Melo e com os Vereadores Claudio Sebenelo, Ervino Besson e Haroldo de Souza. Lá nós tivemos um papo muito legal, já mostraram até o local onde Ver. Haroldo vai narrar o jogo do Grêmio. Vai ser um empreendimento, uma arena, Ver. João Bosco Vaz, que vai ser uma loucura, porque vai mudar a atividade da Cidade lá do outro lado, no Humaitá, lá estará a arena do Grêmio. E tem mais, Ver. João Antonio Dib; o presidente Odone foi uma pessoa muito sensata, apresentou o projeto, e, certamente, na semana que vem, ele e sua equipe estarão aqui mostrando o projeto para a Cidade, para os Vereadores. O projeto vem para mudar definitivamente o panorama da Cidade. Certamente será um ponto turístico de Porto Alegre; com aquela qualidade, com aquela magnitude do projeto do Grêmio, podem ter certeza absoluta de que vai ficar na história, Ver. João Antonio Dib. E o senhor sabe disso, como conselheiro do Grêmio há muitos anos, uma autoridade gremista aqui, e o próximo será o Ver. Luiz Braz, que já está convidado.

Quando vi o tamanho do projeto que virá a esta Casa para votarmos, fiquei realmente emocionado, mais ainda porque sou gremista, sou apaixonado pelo Grêmio, sou uma pessoa que ama o Grêmio de verdade. Quando, juntamente com os Vereadores Claudio Sebenelo e Ervino Besson, me perguntaram se eu não havia votado no projeto do Inter, eu disse: “Não estava lá no dia, Vereador, mas pode ter certeza absoluta de que, se for bom para a Cidade, estou pronto a votar sempre”. Então, é isso aí. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, pessoas que nos assistem, eu tenho recebido, Ver. Carlos Todeschini, uma série de telefonemas e e-mails de funcionários da Prefeitura Municipal de Porto Alegre contendo gravíssimas denúncias de assédio moral, de perseguição ideológica e política a funcionários, a pessoas terceirizadas. E tenho prova disso em relação à Secretaria Municipal da Cultura, sobretudo ao Centro Municipal de Cultura e à Usina do Gasômetro; à Secretaria da Saúde, aos funcionários e enfermeiros do SAMU. Essas denúncias, inclusive, no caso da Saúde, foram levadas ao Prefeito José Fogaça, estão lá, mas os funcionários contam com um arrogante silêncio e com a indiferença de quem detém o poder em Porto Alegre. São funcionários que estão com medo, estão aterrorizados, e aí cai a qualidade de vida, sim, a qualidade no trabalho, no cotidiano, mas, mais do que isso, cai a máscara do Governo Fogaça, que falava em democracia, que falava em pluralidade há quatro anos, quando era candidato.

Depois, Ver. Brasinha, estive andando lá pela Zona Norte e passei pela Av. Baltazar de Oliveira Garcia. E o senhor concorda comigo que, depois de tantos anúncios da obra, de tantas promessas de conclusão, a Av. Baltazar não anda, segue uma confusão. É mais uma prova do desleixo, do desprezo, do desmerecimento que este Governo tem pelas pessoas daquela região, que muito perderam; perderam em qualidade de vida, em conforto, perderam dinheiro, porque quem tem um trabalho, algum negócio lá, já perdeu, e, mesmo que arrumem logo, é irreversível por mais de dez anos essa perda na vida das pessoas. Essa é a Administração Fogaça.

Queria dialogar com o meu querido Ver. João Antonio Dib, que falou em obras, falou na obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves, que vinha do Governo Villela ou de outro Governo do seu tempo. Nós reconhecemos isso, mas o Vereador esqueceu de falar no trabalho da Administração Popular, é como se esta Administração não tivesse dado andamento, mas nós deixamos o projeto pronto, o dinheiro e o contrato assinado. Mesmo assim, Ver. Dib, demorou, como diz aquela outra música, demorou muito. Por ocasião dos 30 anos do Centro Municipal de Cultura, nós fizemos uma festa no Atelier Livre, eu era Secretária, e convidamos o Prefeito Villela, que foi um grande Prefeito, sim.

Nós não gostamos disso, não é justo, é como faziam os stalinistas, é da história da esquerda, de apagar as fotografias, de cortar as pessoas. O Iberê Camargo já dizia que o passado não se muda. Então, o Collor inventou que o Lula, quando era candidato pela primeira vez, muito inexperiente, muito ingênuo, iria confiscar a poupança dos brasileiros e das brasileiras. Repetiu, repetiu, repetiu, e o povo acreditou, e deu no que deu. Quem confiscou a poupança foi o Collor de Mello.

Acho que o Prefeito João Verle sofre uma grande injustiça. De fato, ele pegou a Prefeitura com problemas financeiros, anunciou isso e, imediatamente, teve a honestidade e a transparência de denunciar. Ele fez um projeto de economia interna muito forte na Prefeitura. Então, a dívida que ficou foi uma dívida normal, ordinária! Eu não sou economista, mas em qualquer família a gente calcula quanto ganha a família, desconta aluguel, água, luz, a comida e verifica o que pode comprar com o que sobra. E as pessoas fazem prestações. Não é bom fazer prestações, mas as pessoas se organizam, compram algo mais com aquilo. Então, é uma dívida normal, mensal. Isso é normal, é administrável em qualquer família, acontece. E o atual Prefeito Fogaça saiu nos jornais, porque foi anunciado por este Governo que não falaram a verdade. Por isso ele perdeu espaço na televisão agora e vai continuar perdendo espaço se continuar mentindo. Muito obrigada, Ver. Aldacir Oliboni.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, é evidente que, em 16 anos, o Partido dos Trabalhadores marcou a sua presença na Cidade - quanto a isso nenhum de nós tem dúvida. Mas certas estatísticas que estão sendo publicadas estão desencadeando a virulência da Bancada do Partido dos Trabalhadores, pois o Prefeito atual, José Fogaça - esse Prefeito tão maldito pela oposição -, está com 34% na pesquisa do Datafolha de segunda-feira! São 17% para o segundo colocado. Isso é, está dando de capote! Então, toda essa incontinência verbal, esse ato de atirar pedra quando tem telhado de vidro, está explicado pela diferença estatística, que é muito grande e que ameaça o Partido dos Trabalhadores, que marcou sua presença na cidade de Porto Alegre, essa posição tira o Partido do 2º turno. E, tirando do 2º turno, vai ser uma derrota daquelas inesquecíveis.

Evidentemente, a Bancada do Partido dos Trabalhadores vai embora. Está-se retirando do plenário. Não há mais nenhum Vereador, a não ser o meu ilustre e competente Ver. Oliboni. Coitado, ele vai ter que responder quando se falar em escândalo financeiro. E, realmente, tem que botar para fora, tem que drenar esse abscesso financeiro vergonhoso, sim, senhor. Só que tem uma coisa: vocês já ouviram falar em Delúbio Soares? Vocês se lembram do Prefeito de Campinas que foi assassinado? Vocês se lembram do filho do Lula? Que Polícia Federal é essa que não investiga as ante-salas do Palácio do Planalto? Lembram do tal de José Dirceu, do Antonio Palocci, do “país da língua presa”? Pois os caras se esqueceram de tudo isso e vêm para cá dizer: “Que barbaridade!”. É, é uma barbaridade, porém não podem atirar a primeira pedra, porque o telhado é de vidro, Ver. Dib. Então, nós ficamos condoídos de os nossos queridos colegas do Partido dos Trabalhadores terem de carregar esse andor terrível de uma história vergonhosa, como, por exemplo, a do “Clube da Cidadania”; ter que carregar nos ombros o Diógenes. Parece que já morreram todos eles, parece que eles não existem mais. Não, não é verdade. A memória ficou esquecida. É incrível!

Pena que a Bancada do Partido dos Trabalhadores se retirou no momento do meu discurso, porque eu gostaria de dizer que o Partido dos Trabalhadores marcou a cidade de Porto Alegre pela sua presença - 16 anos presente. Muito bem, a marca vai ficar, vai ficar indelével, porém, muito cuidado, porque, se o Partido não passar para o 2º turno, as coisas vão ficar difíceis. Com essa fúria vociferante, essa virulência nas palavras, essas acusações, eles esquecem que logo ali, num passado extremamente recente, o Governo mais corrupto da história deste País foi esse Governo, inclusive nas ante-salas do Palácio do Planalto, inclusive com o histórico “mensalão”, que marcou a República brasileira como um dos episódios mais corruptos de toda história. Ah, não, não têm o direito de atirar a primeira pedra!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; há poucos Vereadores presentes: Oliboni, Dib, Besson, Luiz Braz, Sebenelo; João Bosco Vaz na galeria, com o Brasinha; pessoas que assistem o Canal 16, eu estava fazendo um exercício, Dib, voltando a exatamente quatro anos atrás. Há quatro anos nós subíamos e batíamos; o PT subia aqui e se defendia. Hoje, o PT bate, e nós nos defendemos. Assim é a política. Agora, quando o Ver. Carlos Todeschini chega aqui e se arvora como líder absoluto da moralidade, das coisas bem-feitas, em nome do seu Partido e em nome próprio, o bicho precisa pegar. Porque, quando ele fala do PMDB, do seu lado positivo, podre, eu também cito aqui: Renan Calheiros e companhia limitada, eu poderia enumerar gente ruim e corrupta do PSDB, do PTB, do PDT, de todos os Partidos; todos são rigorosamente iguais, como a política é rigorosamente igual. Repito: batia-se no PT há quatro anos, e eles se defendiam; hoje eles batem, e nós nos defendemos. Assim é a política.

Agora, não vale chegar aqui e dar uma de ator de quinta categoria, como o Ver. Carlos Todeschini. Até para você refutar alguma coisa ou dizer que alguém está mentindo, precisa ter um pouco de talento, não é só chegar e falar. Que história é esta? Vocês já esqueceram que ainda não foi esclarecido o caso do Prefeito Daniel, lá do interior de São Paulo? Já esqueceram isso? Não lembram mais? O senhor não se lembra mais do Delúbio Soares? O senhor também não lê nas revistas semanais que o último Secretário, este novo Secretário do PT, também está envolvido em ronha, em confusão, em pegar coisas que não são dele? O senhor se esqueceu do Zé Dirceu, um homem de duas caras, um safado - é isso que estou dizendo: safado -, um homem que engana a própria mulher, que dorme com a mulher, mas tem segunda uma Carteira de Identidade, que fez plástica para fugir dos crimes que cometeu? O senhor já se esqueceu do Zé Dirceu? Ou o Zé Dirceu passou para outro Partido? Do “mensalão” também o senhor esqueceu? O senhor se esqueceu do novo-rico, filho do Lula? Também o senhor esqueceu?

Agora, o senhor lembra que, neste momento, tem, sim, um Deputado Federal envolvido. E eu estou envergonhado, não por ele, mas pelo meu Partido. Se forem comprovadas todas as acusações a esse Deputado Federal, do qual o senhor não quis dizer o nome aqui - e eu digo, porque está nos jornais, é o Eliseu Padilha -, ele tem que ser punido. Como deveria ser punido o Zé Dirceu, e não foi! Ou foi? Se foi punido, foi pouco, porque, para o Zé Dirceu, deveria ter sido cadeia. Para Delúbio Soares, deveria ter sido cadeia. Antonio Palocci! De Ribeirão Preto saem políticos honestos - o Ver. Luiz Braz é um deles. Agora, de Ribeirão Preto, saiu uma figurinha nefasta para a política brasileira, esse tal de Antonio Palocci. O senhor se esqueceu dele.

Então, há quatro anos, acontecia uma coisa, e agora acontece outra. Só que havia uma pequena diferença: o Partido PPS, do qual Fogaça pertencia, pegou, sim, uma Prefeitura estourada, sucateada, com dívidas. E, quando o senhor diz que o Fogaça é mentiroso, eu digo aqui, publicamente, olhando nos seus olhos, que mentiroso é o senhor. Por quê? A Prefeitura foi entregue, sim, com terríveis problemas financeiros e sem crédito internacional. E alguém disse aqui, a respeito de economia, que o senhor sabe mexer com números. Deveria saber que 75 é diferente de 175. É questão só do número um. Mas são 175, sim. E, se o senhor diz aqui que é contrário, que não pode haver mentiras, o senhor também não tem o direito de vir aqui mentir e agredir o meu PMDB por causa do Eliseu Padilha, porque o senhor tem no seu time uma seleção de corruptos, safados, homens que não deveriam figurar nunca mais na política brasileira - é um time: Zé Dirceu, Antonio Palocci, Delúbio Soares, o novo Secretário, Genoíno, “dinheiro na cueca”, “mãe do Badanha”. E o senhor chega aqui e se arvora na condição de falar em moralidade? Vá procurar a sua turma! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente dos trabalhos, Ver. Carlos Todeschini; não é por acaso que a população brasileira fica indignada com certas atitudes de alguns políticos. Possivelmente quem está ali do outro lado da telinha não gostaria de ouvir aqui o que ouviu do Ver. Sebenelo, nobre colega, e do Ver. Haroldo de Souza, porque todos os Partidos têm telhado de vidro e todos têm que fazer o dever de casa: expulsar, tirar, inclusive exigir investigação. São admiráveis algumas atitudes, são brilhantes... Eu diria que aqui todos os Vereadores têm seus méritos - como têm o Ver. Todeschini, o Haroldo, pelo número de votos que obtiveram -, pela sua atuação, são parlamentares que aqui chegaram com o aval da população. Por isso, se algum Vereador disse alguma coisa aqui, é porque ele tem conhecimento de causa. Nós não estamos aqui fazendo uma investigação; nós estamos vivendo num País democrático e temos o direito de vir a esta tribuna e falar livremente neste microfone.

Agora, eu fico impressionado como mudou o tratamento do Governo Fernando Henrique Cardoso para o Governo Lula em relação ao Estado e ao Município. Hoje o Governo Yeda, ao contrário do que disse aqui o Sebenelo, bate palmas para o Governo Lula. Bate palmas e só elogia o Governo Lula, não só pelo um bilhão e pouco que está vindo, mas pelo tratamento que o Brasil está dando ao Rio Grande do Sul. Esses recursos, se vindos no nosso Governo, teriam feito inúmeras transformações no Rio Grande do Sul. Da mesma forma, o Governo Fernando Henrique Cardoso não tratou bem, como está tratando o Lula, o Governo Municipal de Porto Alegre, o Governo Fogaça. O Governo Fogaça está recebendo, somente hoje, Ver. João Antonio Dib, para o Programa Saneamento para Todos, duas vezes pela Caixa Econômica Federal, uma vez de 40 milhões e 500 mil reais e outra de 49 milhões, 747 mil, 512 reais e 81 centavos. Mais do que isso: para o programa de aquisição das unidades habitacionais, temos 1 milhão, 807 mil e 480 reais. Esses programas poderiam ter sido executados no nosso Governo, se o Governo Fernando Henrique Cardoso houvesse tratado com decência os Governos que passaram. Por essa razão é que existe, sim, uma diferença de tratamento; uma enorme diferença de tratamento! Inclusive há programas federais em que alguns Deputados dos seus Partidos também fizeram maracutaia, Vereador. Não vamos esquecer, aqui em Canoas, do Roquete, Ver. Sebenelo. Não vamos esquecer do Padilha, investigado e constatado, Ver. Haroldo.

Então, cada um tem que fazer o seu dever de casa, como fez e como está fazendo o PT. A sociedade, que está ali do outro lado, não quer mais ouvir esses discursos demagógicos aqui! A sociedade quer transparência e o fim das maracutaias! É por isso queremos que essa lição comece a ser feita. Ou vocês acham que os dois Vereadores, que podem ser os mais votados de Porto Alegre, estão fazendo campanha com o dinheiro deles? Ou será que há dúvida para saber quem é que tem mais placas na Cidade? Quais são os dois Vereadores? Não são do PT! Não são do PT! Olha que um tem um escândalo e quarenta carros! São quarenta carros, Ver. Brasinha! Vossa Excelência sabe muito bem. E o outro está construindo casa para todo mundo com o dinheiro do Governo Lula. Dois Vereadores que podem ser os mais votados. Será que vão assumir aqui? Ou o Tribunal Superior Eleitoral vai fazer a investigação deveria fazer? Deveria fazer!

Nós temos que investigar aqueles que dizem alguma coisa na telinha de televisão, que “o “Vereador vai fazer isso ou vai fazer aquilo”. É mentira! Nós temos limites! Há projetos que só podem ser feitos pelo Executivo, e não pelo Legislativo. Então, não adianta vender uma mentira na televisão, porque vem a decepção logo ali, e esse cidadão vai ser banido! Temos de ter coerência e, por essa coerência, é que estamos aqui dizendo, alto e em nome do PT, que cada um tem que fazer o seu dever de casa, para isso há política, sim. Um dia teremos - é o que queremos, Ver. Brasinha - a transparência e, mais do que isso, a dignidade, porque o cidadão que está ali do outro lado espera por um atendimento de saúde mais decente e quer dignidade.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; V. Exas sabem que eu, dificilmente, venho a esta tribuna para um embate político, meu Líder e Presidente Nereu, mas também não dá para rebaixar este debate político. Ninguém é idiota, ninguém é imbecil! Vamos partir desse princípio. Eu reconheço coisas boas feitas pelo Governo do PT em 16 anos, são muitas coisas boas. Agora, vêm os Vereadores do PT aqui nesta tribuna, Ver. Nereu, dizer que nada presta no Governo Fogaça...! Mas o PT ficou 16 anos na Prefeitura prometendo o Distrito Industrial da Restinga. Quando o Fogaça assumiu, quantas empresas havia? Nenhuma. O Fogaça está aí, no fim de mandato, e quantas há? Vinte e seis. E o PT ficou 16 anos prometendo a passagem integrada; e fez, Ver. João Dib? Não fez. E está aí sendo implantada no Governo Fogaça! O PT ficou 16 anos dizendo que ia tirar os camelôs do Centro, tirou? Aumentaram os camelôs! Agora está aí o camelódromo! Eu reconheço que há coisas boas no PT, muitas coisas boas. Agora, não dá para chegar aqui e dizer que o Prefeito Fogaça é mentiroso. Puxa, isso é rebaixar o debate.

Eu poderia dizer, por exemplo, que o Tarso Genro é mentiroso, porque disse que iria ficar os quatro anos na Prefeitura, e não ficou. Esse mentiu para o eleitor! Eu nunca vim dizer isso aqui, para não rebaixar o debate! Há pouco pedi um aparte, e o Vereador ali me concedeu. O então Prefeito João Verle, que é um homem de bem, que é um homem honesto, correto, competente, não teve culpa de ser apontado pelo Tribunal de Contas; a culpa é de quem enganou o Prefeito João Verle, empenhando as dívidas a serem pagas, sem ter o dinheiro. E o Tribunal de Contas foi lá: “Cadê o dinheiro?” “Não tem”, aponta o Prefeito João Verle, que é um amigo e com quem muito votei nesta Casa! Foi nosso companheiro, Vereador. Eu não posso vir aqui e culpar o ex-Prefeito João Verle, porque ele não tem culpa; agora, o que não dá é para rebaixar o debate, vir toda hora aqui e dizer que o Fogaça é mentiroso, que o Fogaça fez terra arrasada em três anos e meio. Com os canos que o PT não enterrou em 16 anos, porque não dão votos, o Fogaça fez o Conduto Álvaro Chaves! Mas por que vocês não fizeram? Empenhados, sem dinheiro, Vereador! Tanto que, no dia 28 de dezembro de 2004, o Governo do PT assinou um compromisso com o Banco e colocou uma cláusula maravilhosa: que no dia 15 de janeiro o Fogaça tinha que pagar 15 milhões de reais para o Banco! Assinaram o contrato no dia 28 de dezembro, iriam sair dois dias depois. E aí o Fogaça teve que pagar 15 milhões de reais no dia 15 de janeiro.

Eu vou dar um depoimento aqui, permitam-me alongar: eu fui Secretário. Em reuniões de Secretários aconteceram brigas homéricas, porque determinados Secretários queriam ir para o ataque, para denunciar tudo isso. E o Prefeito Fogaça, que os senhores chamam de mentiroso, é um gentleman, é um cidadão acima de tudo, ele dizia: “Não, eu não admito isso, porque, assim como ficaram dívidas, é provável que o dia em que eu sair, dívidas também ficarão”. Mas olhem a coerência política que tem um homem desses!

O que não dá é querer trazer o debate político para cá. Debate político é lá no horário político, na televisão; a população não tem culpa, ninguém tem culpa, nem o PT, que é um Partido sério, como os outros Partidos também são sérios! Agora, todos os Partidos, infelizmente, têm pessoas que desgastam as suas siglas. Agora, eu não vou condenar o PT por problemas que filiados do PT tenham cometido. Não vou crucificar o PMDB, porque tem filiados que têm feito isso. Eu não vou crucificar, Ver. Nereu, o PDT, porque o Paulinho, da Força Sindical, está sendo investigado. Se comprovar, tem de prender! E o PDT vai expulsá-lo!

Peço, numa boa, para os meus companheiros: não rebaixarem o debate político, porque os senhores são competentes, excelentes Vereadores, representam um Partido maravilhoso! E essa coisa de chamar o Prefeito de mentiroso a toda hora e dizer que tudo é terra arrasada depõe contra os senhores. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, há expressões e conceitos que ficam na nossa vida por todo o sempre. Vou voltar ao Ginásio Nossa Senhora do Carmo, em Caxias do Sul, quando, todas as manhãs, de segunda a sábado, tinha aula de catecismo como primeira aula. E uma das lições que aprendi era que mentir era falar contra o que se pensa para enganar. Às vezes as pessoas se equivocam, e não estão mentindo. Quando eu ouvi, numa reunião da Comissão de Educação com a Comissão de Urbanização, um Vereador afirmando que a Prefeitura, ano passado, teve um superávit que poderia ampliar os quadros da Guarda Municipal, eu não disse que ele estava mentindo. E não diria, também. Na verdade, a Prefeitura teve um superávit primário, que seria déficit se ela não tivesse vendido a folha para a Caixa Econômica Federal. E, aí, sim, teve um superávit de cerca de 50 milhões de reais; do contrário, teria um déficit. Não disse, não diria e não direi que o Prefeito João Verle não foi um bom Prefeito.

Mas não posso deixar de dizer que, vinte meses antes de deixar a Prefeitura, ele terminou com a bimestralidade, e que hoje o Simpa está reclamando a bimestralidade como se fora o Prefeito Fogaça que tivesse tirado a bimestralidade. Não, ele recuperou parte do que foi perdido com a retirada da bimestralidade, mas não recuperou integralmente. Também não posso dizer, mas posso lembrar, que o Prefeito Olívio Dutra retroagiu uma lei e tomou 30% do poder aquisitivo dos servidores. E o Prefeito Tarso Genro, em maio de 1995, retroagiu uma Liminar e tomou 7,8% dos funcionários. Caiu a Liminar, e ele não pagou os 7,8%. São coisas da administração! É a maneira de encarar as coisas. Agora, sou realmente atento, isso não é falta de modéstia. Eu reclamei, todas às vezes, que, em nenhuma das propostas orçamentárias, o PT realizou as receitas de Capital. E não fui só eu que reclamei, o Tribunal de Contas também reclamou. Um dia eu reclamei isso na frente do Prefeito Raul Ponte, e ele disse: “Não, é porque o Governo Federal...” - tudo bem, houve uma restrição do Governo Federal para empréstimos. Na verdade, naquele ano talvez houvesse razão de não conseguir realizar as receitas de capital, mas nos outros anos poderia ter realizado; e não realizou nenhuma vez, nenhuma vez!

O Prefeito Fogaça não está recebendo dinheiro do Lula coisa nenhuma. Está recebendo financiamento da Caixa Econômica Federal, para a qual o povo de Porto Alegre vai pagar juros. Não está recebendo de graça, como no passado nós recebemos; eu mesmo recebi 25 bilhões de reais do Presidente Figueiredo quando fui Prefeito, e ele Presidente; a Prefeitura recebeu a fundo perdido - não eram reais, eram cruzeiros, e os cruzeiros não valem nada. Bom, de qualquer forma, recebi. Agora, dizer que o Lula está tratando bem a Prefeitura de Porto Alegre não é verdade. Eu posso, com toda a tranqüilidade, aqui dizer que, em matéria de Saúde, ele está prejudicando Porto Alegre. Fernando Henrique, em 2002, deu 307 milhões de reais para o SUS em Porto Alegre. Esses 307 milhões só foram superados em 2007. Mas, mesmo assim, se eu atualizasse os 307 milhões, ficariam faltando 102 milhões de reais. Portanto, há um prejuízo na Saúde de Porto Alegre, porque o Governo Lula deixou de mandar o dinheiro; e não foi só para a Prefeitura de Porto Alegre, ele não perseguiu Porto Alegre, não mandou para o Brasil inteiro; gastou menos na Saúde do que em outras coisas. Quando o Congresso quer fazer com que ele tenha que gastar 10% do Orçamento com a Saúde, não deixam votar, há obstrução, há não sei o quê, então se vota depois da eleição para ver o que acontece.

Então, não é bom esquecer que mentir é falar contra o que se pensa para enganar, e eu não acho que tenha aqui algum Vereador querendo enganar outros Vereadores. Mas a verdade é insofismável. No dia 30 de setembro de 2004, o Secretário da Fazenda, demonstrando o balancete, já saiu com mais de 100 milhões de reais em CDBs.

Não dá para explicar como é que, no final do ano, havia 175 milhões de débito, não-pagos, não-empenhados, noventa milhões deles não empenhados, mas que tinham ser empenhados e pagos. Portanto, acho que o bom mesmo é cuidar dos problemas de Porto Alegre e procurar evitar que haja mais problemas. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em votação as seguintes Atas: 52ª Sessão Ordinária, 53ª Sessão Declaratória Ordinária e 54ª Sessão Ordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h24min.)

 

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